terça-feira, 30 de agosto de 2011

mas, e agora?

Deviam ser umas 3h da tarde quando te vi entrar com o teu ar distraído e despreocupado, fato de treino do Benfica pelo pavilhão da Parede dentro. Pousas o saco e dirigiste-te a mim, senti o coração bater mais forte mas não lhe liguei. Estivemos desligados do exterior enquanto me abraçavas uns 10 minutos. Da bancada surgiram os comentários do costume ‘Germano olha o teu genro’, ‘Marta, é teu namorado?’. Sorrimos e sentámo-nos, a conversa continuava. Algo tinha começado ali e naquele momento, eu só não sabia o quê.

Está tudo guardado em mim como se tudo se tivesse passado ontem, era capaz de descrever cada passeio, cada beijo, cada momento, e, quando fecho os olhos, à noite, só me lembro de ti. Ainda sinto os teus braços a envolverem-me quando eu mais precisava, sinto a tua cabeça no meu colo, os teus braços a puxarem-me para ti, o pedir mais um beijo, a tua preocupação aliada à tua forma fácil de ver as coisas que contrastava sempre com a minha complicação desnecessária. Fazem-me falta os teus conselhos e a tua forma de me agradar mesmo sem que fizesses nada por isso, ainda hoje me pergunto como conseguias. Tudo em ti me atrai, mas até de fato de treino da faculdade, com cara de quem acordou à 10 minutos conseguiste parecer-me o gajo mais irresistível do mundo. Ainda te sinto deitado ao meu lado a olhar-me nos olhos e ter o meu coração quase a sair do peito por me falares ao ouvido. Sinto ainda o teu corpo encaixado no meu enquanto as tuas mãos o percorriam, os beijos no pescoço e as carícias na cabeça. Não te resisto. Não são poucas as noites em que dou comigo a pensar em ti, esqueço-me de adormecer.

Não sei o que foste ou és para mim mas sempre me ajudaste mesmo quando não falavas, sempre soube que lá estavas mas agora parece que só sinto um vazio quando me falam de ti. Foi como se tivesses partido para longe mas a tecnologia tivesse ficado aqui. No dia em que decidiste partir da minha vida se me avisar deixaste-me desamparada sem chão no meio de uma tempestade tropical sem que eu tivesse dado conta e sem que a situação fosse reversível. Apenas conto com duas hipóteses: ou volto para um chão seguro ou construo um barco deixo-me levar!

Eu ainda sinto o que senti no dia em que te vi entrar pelo pavilhão, ou melhor, ainda sinto por ti aquilo que sentia quando me beijaste pela primeira vez.

Mas, e agora? As pernas tremem e aquilo que sinto está a escorrer-me pela cara. E agora?


24 de Junho de 2011, pela noite dentro

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